terça-feira, 5 de julho de 2011

Divagações






Ela.
 Em meu leito, durante a noite,
busquei o amor de minha alma:
procurei, mas não o encontrei.
 Hei de levantar-me e percorrer a cidade,
as ruas e praças,
procurando o amor de minha alma:
Procurei, mas não o encontrei.
 Encontraram-me os guardas que faziam a ronda pela cidade.
Vistes o amor de minha alma?
 Apenas passara por eles,
encontrei o amor de minha alma:
agarrei-me a ele e não o soltarei.


(Antigo Testamento - Cântico dos Cânticos - Salomão)

...



Ela.
 Enquanto o rei está em seu divã,
meu nardo exala seu perfume.
 O meu amado é para mim
como bolsa de mirra sobre meus seios;
 o meu amado é para mim
como um cacho florido de alfena dos vinhedos de Engadi.
Ele.
 Como és formosa, minha amada!
Como és formosa, com teus olhos de pomba!
Ela.
 E tu, meu amado, como és belo,
como és encantador!
O verde gramado nos sirva de leito!
 Cedros serão as vigas de nossa casa,
e ciprestes, as paredes.


Ela.
 Eu sou o narciso de Saron,
o lírio dos vales.
Ele .
 Sim, como o lírio entre espinhos
é, entre as jovens, a minha amada.
Ela.
 Como a macieira entre árvores silvestres
é, entre os jovens, o meu amado.
À sua sombra eu quisera sentar-me,
pois seu fruto é saboroso ao meu paladar

(Antigo Testamento - Cântico dos Cânticos - Salomão)