terça-feira, 30 de novembro de 2010

Nem importa você estar sentado, em pé ou mesmo deitado. Importa você estar lá.
Não, não sei o que gostaria que você me dissesse.
'Dorme', quem sabe, ou 'está tudo bem', ou mesmo 'esquece, esquece'.

Caio F.



.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Além do ponto


E tudo que eu andava fazendo e sendo eu não queria que ele visse nem soubesse, mas depois de pensar isso me deu um desgosto porque fui percebendo, por dentro dessa chuva, que talvez eu não quisesse que ele soubesse que eu era eu, e eu era.

Caio F.


*
...então me vens e me chegas e me invades e me tomas e me pedes e me perdes e te derramas sobre mim com teus olhos sempre fugitivos e abres a boca para liberar novas histórias e outra vez me completo assim, sem urgências, e me concentro inteiro nas coisas que me contas, e assim calado, e assim submisso, te mastigo dentro de mim enquanto me apunhalas com lenta delicadeza deixando claro em cada promessa que jamais será cumprida, que nada devo esperar além dessa máscara colorida, que me queres assim porque é assim que és e unicamente assim é que me queres e me utilizas todos os dias, e nos usamos honestamente assim...
Caio F.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

E se realmente gostarem? Se o toque do outro de repente for bom? Bom, a palavra é essa. Se o outro for bom para você. Se te der vontade de viver. Se o cheiro do suor do outro também for bom. Se todos os cheiros do corpo do outro forem bons. O pé, no fim do dia. A boca, de manhã cedo. Bons, normais, comuns. Coisa de gente. Ninguém mais saberia deles se não enfiasse o nariz lá dentro, a língua lá dentro, bem dentro, no fundo das carnes, no meio dos cheiros. E se tudo isso que você acha nojento for exatamente o que chamam de amor? Quando você chega no mais íntimo. No tão íntimo, mas tão íntimo que de repente a palavra nojo não tem mais sentido. Você também tem cheiros. As pessoas têm cheiros, é natural.








Caio F.

Cansada e feliz

Sei lá, menina, tá tudo tão legal.
E um legal tão batalhado, um legal merecido, de costas e pernas doendo,
mas coração tranqüilo.


segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Happy Hour

São seis horas da tarde e aconteceu,
Uma saudade de nós veio e bateu
Vejo o meu chopp sorrindo no balcão do bar,
Pinta você e paro de respirar
O mesmo ombro, o mesmo raio de sol
O nosso olhar brindando faz tim tim
A minha happy hour é ver você assim
e a cidade fala volta pra mim
Meu automóvel eu e você,
love forever on the road
Um por do sol vermelho de amor,
teu nome o mar não apagou
É muito doido total rock n'roll
Como eu gosto de você,
porque ficar longe de um grande amor
Coisa que o vento levou
Meus dedos quase sonham ao te abraçar
Seus lábios tocam cordas dentro de mim
A hora mais feliz é com você aqui
desde o primeiro dia que te vi..


[Eduardo Dusek]


*